terça-feira, julho 07, 2009

[Nos pátios]

Eu quero para sempre a fasquia dos incêndios
de mil novecentos
e oitenta e seis. As tábuas da cancela
de vilarinho seco
esculpidas
a navalha. A memória
dessa noite em que
juraste pelo vento
dos meses
de novembro. A faca a desenhar
um coração
no chão de cimento
dos terraços. As águas
de nascente
de valdarada. A primeira nuvem
a entrar
na órbita
dos meteoros. O fogo
das lareiras
a aquecer as vasilhas
de ferro. O momento em que as mães
correm à janela
se a poeira se levanta
nos pátios.