terça-feira, abril 13, 2010

[5 poemas do derby]

1: Isto começa ligeiramente a irritar-me

Não há ninguém
que dê ao Moutinho
um alfinete de dama
de modo a não estar a
braçadeira de capitão sempre
a descair-lhe
distraindo-se assim o moço de
ter que puxá-la
procurando pô-la
sistematicamente
no sítio?


2: A chuva

(Nota: poema escrito entre os 47 e os 65 minutos de jogo ou de como se vê o quanto é certo o popular ditado algarvio que diz não limpes o cu antes de cagar.)

Dei uma volta
pela Venda Nova um pouco
antes do jogo a ver (assim o suspeitava)
as ruas já desertas como
se houvesse uma revolução e
os militares decretassem
o recolher obrigatório. Também
eu (não tardou) haveria
de sentar-me em frente à TV
e aqui estou depois do intervalo
a rir-me de mim
e de todos mas
sobretudo dos que pagaram
bilhete e foram ao estádio da Luz
com bandeirinhas vermelhas
a apanhar chuva e
a acenar ao boneco.


3: Nós é mais pelos vistos o meio da tabela

O Benfica a
jogar assim estaria ao intervalo
a levar dois zero
do Desportivo 
de Chaves. Mas calhou-lhe
em sorte
o meu Sporting
a evoluir no relvado
um cibo
(como hei-de dizer isto?)
fracote.


4: Isto dos apitos

Ai
que ladrão!


5: Enfim

É claro
se formos a ver
eu sei
isto é
sobretudo
dor 
de cotovelo.