terça-feira, março 27, 2012

[4.]

AS MÃOS

O temor
de que fosse pecado
a exaltação:
isso as levava a afastarem
da boca dos fornos
o ferro
e o alumínio. E recuavam
deixando na pedra
os aventais azuis
para que a massa resplandecesse
na divisória
incandescente
à rarefacção do ar.
E ouvia-se ao
longe o rumor contínuo do tempo. As mãos
a procurar ainda –
a esconder ainda:
o lareiro das fornalhas, a levedação,
os milagres.