quarta-feira, junho 05, 2013

[As Cartas Militares. 4]

Depois de tudo dizer-se vem a
noite com a sua árvore de pa
lavras. É só um rumor a mover as
sílabas contra o estuque das paredes

e a frase nem rasurada no livro
da catequese ou a vibração dos
arames das vinhas nos meses de
fevereiro. E tudo se resume a essa

espécie de ilicitude de não ha
ver lugar para o silêncio de ne
nhuma forma de remorso. A poe

sia é às vezes a sensação estranha
de já termos dito tudo o que não
há nem nunca houve para dizer.